Alimentação em época escolar

21 de Setembro, 2020

Pois é, está iniciado oficialmente o ano escolar! Posto isto, todos os anos me chegam à consulta muitas crianças e os respetivos encarregados de educação que querem preparar um novo ano letivo. Este ano a questão da alimentação das crianças durante o tempo que passam na escola é muito importante, principalmente depois de um período tão longo de quarentena que teve um impacto significativo no peso da maior parte delas.

Por isso, esta quinzena vou falar não só das estratégias, mas também da importância de se conseguir implementá-las da forma mais precoce possível.

Porque aqui não há o que enganar, estamos a falar de factos concretos: o que se aprende a comer em criança vai ditar os hábitos alimentares para o resto da vida. São estas “escolhas inocentes”, mas que de “inocente” nada têm, que vão definir se essa criança será um adulto obeso, se terá maior probabilidade do desenvolvimento de diabetes, se terá o colesterol elevado e, portanto, maior risco de doenças cardiovasculares, e poderia continuar com a lista de doenças associadas a uma alimentação inadequada.

De acordo com um estudo do Instituto de Cardiologia de Minneapolis, crianças e adolescentes que consomem mais alimentos saudáveis (como naturais, orgânicos e frutas) têm 25% menos risco de desenvolver aterosclerose numa fase adulta. Nesta fase, a alimentação saudável e adequada às crianças, é fundamental para que o desenvolvimento físico e mental aconteça de acordo com o esperado para cada idade. Já para não falar na importância que a alimentação adequada tem no favorecimento do sistema imunitário, prevenindo várias doenças, inclusive as hereditárias.

Eu sei, eu sei, por vezes torna-se muito complicado colocar em prática uma alimentação perfeita todos os dias, em todos os momentos, principalmente quando falamos de crianças e, principalmente, pelo facto de passarem tantas horas na escola. E porque, claro, é impossível negar que existem muitas opções menos saudáveis que têm sabores muito mais apelativos ao paladar das crianças, e elas ainda não conseguem perceber perfeitamente os riscos de um pacote de salgados cheios de gordura, ou o perigo que é consumir de forma regular alguns tipos de sumos de pacote especialmente pensados para serem tão sedutores para eles e que, na maioria das vezes, se encontram facilmente disponíveis nas escolas.

Na verdade, os extremismos não me parecem a solução ideal em idade nenhuma, mas a verdade é que as crianças dependem sempre de alguém para que os ensine e direcione de forma correta, e a alimentação necessita ainda mais desta orientação. Pela experiência que tenho em consulta de nutrição infantil, às vezes o medo que os pais têm que as suas crianças rejeitem alguns alimentos é maior do que a resistência que efetivamente irão encontrar por parte delas.

As crianças são “esponjas” dispostas a “absorver” tudo o que lhes é proposto experimentar, por isso pais, ARRISQUEM! Vão ver que vai compensar a todos os níveis!

E já agora, tentem ensinar através do exemplo… Se os vossos filhos vos virem a fazer e, neste caso, comer, o que vocês querem que eles comam, vão ver que tudo será muito melhor aceite.

Esta semana vou dar algumas estratégias para que tentem manter, o máximo possível, a alimentação correta para os vossos filhos durante os longos períodos que passam fora de casa.

Artigo de opinião elaborado pela Nutricionista Ipharma
Inês Morais – 2794N

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