Para prevenir as doenças oncológicas, deve fazer uma alimentação muito rica em frutos e hortícolas variados. Comer pouca carne, devendo preferir também cereais integrais e lacticínios magros e evitar alimentos processados e açucarados.
Quando falamos de prevenção, são muitos os tumores sobre os quais é sabido que os estilos de vida, nomeadamente a alimentação e composição corporal, influenciam de forma importante o risco de doença.
Existem vários hábitos e comportamentos que pode assumir e que podem influenciar o risco de doença. Nós ajudamos:
- Estimule o consumo de pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes: prato colorido e com variação dos grupos alimentares;
- Ingira alimentos com potencial anti-inflamatório: gengibre, alho, frutas vermelhas, açafrão, cebola, abacate, curcuma, azeite virgem extra;
- Consuma alimentos com alto potencial antioxidante e rico em compostos fitoquímicos:
- Betacaroteno: mamão, damasco, cenoura, batata doce, abóbora;
- Licopeno: tomate, morango, cereja;
- Vitamina C: caju, kiwi, morango, laranja, limão, mamão, brócolos, pimentão,
couve, couve-flor, espinafres, ervilhas, couve-roxa, alface, tomate, mandioca, batata; - Selénio: castanha do pará, frutos do mar, aves, aveia e arroz integral;
- Resveratrol: uva, amora, mirtilo, morango, uva, amendoim;
- Vitamina E: folhosos verde-escuros, oleaginosas (amêndoas, nozes, amendoim), gema de ovo, sementes de girassol.
- Prefira a ingestão de proteínas magras assadas, cozidas, estufadas e grelhadas. Pelo menos duas porções de peixes por semana;
- Evite confeções ricas em gorduras: cremosas, fritas e panadas;
- Aumente a ingestão de alimentos integrais e alimentos consumidos in natura (frutas e folhas cruas) por possuírem maior conteúdo de fibras, vitaminas e minerais. Evite a ingestão de alimentos ultra-processados;
- Reduza o consumo de carne vermelha.
Nos casos em que o cancro já é uma realidade, os conselhos são os mesmos, mas é obrigatório fazer uma adaptação da dieta aos sintomas associados ao tratamento, ou seja, a prioridade é ter um doente que se consiga alimentar, sendo necessárias por vezes muitas estratégias nutricionais para que a ingestão aconteça. É um erro muito comum fazer uma restrição exagerada da alimentação.
Quando falamos em combater uma doença já instalada, é importante perceber que a alimentação representa um pilar fundamental que sustenta a resistência física do indivíduo. É importante perceber que doente desnutrido, mal alimentado é um doente com maior risco de toxicidade dos tratamentos ou maior taxa complicações cirúrgicas, e por isso com pior prognóstico. Claro que cada caso é um caso, mas as estratégias nutricionais a adotar também dependem do quadro clínico e dos tratamentos a que os doentes estão ou vão ser sujeitos. Contudo, uma coisa é certa sopa de legumes, hortícolas e frutos são sinónimo de comer melhor e de forma muito acessível.
A verdade é que o maior problema é o facto de muitos destes doentes procurarem o nutricionista já numa fase tardia de tratamentos, o que leva a que as estratégias sejam também utilizadas tarde, fazendo com que os resultados clínicos não se revelem tão significativamente positivos quanto aqueles que se poderiam obter caso o acompanhamento se desse logo desde o início.
Artigo elaborado pela Nutricionista Ipharma – Inês Morais (C.P. 2794N)