O protetor solar, que deve estar presente o ano inteiro, assume, nos meses mais quentes, um lugar de destaque. Já todos conhecemos os benefícios do Sol, mas a sua exposição prolongada requer um cuidado redobrado na proteção da pele, através de roupas, acessórios (chapéus e óculos de Sol) e produtos de dermocosmética, para prevenir queimaduras, agravamento de lesões ou doenças preexistentes, cancro, envelhecimento cutâneo, hiperpigmentação, …
Assim, convém entender o que estamos a escolher, quando adquirimos um protetor solar, para fazermos a escolha acertada.
O que significa UVA, UVB e SPF?
Os UVA são raios ultravioletas do tipo A, responsáveis pelo envelhecimento prematuro da pele. Estão associados aos danos a longo prazo na pele, como rugas, perda de firmeza e hiperpigmentações.
Já os UVB correspondem aos raios ultravioleta do tipo B, mais intensos que os do tipo A. Podem danificar o ADN da pele diretamente, sendo os responsáveis pelas queimaduras (como os escaldões) e pelo bronzeado.
Uma exposição excessiva a estes dois tipos de raios pode causar cancro da pele.
A sigla SPF (sun protection factor), equivalente ao termo português FPS (fator de proteção solar), reflete a capacidade do produto para filtrar a radiação UVB. Assim, quanto mais elevado o seu índice, maior o nível de proteção.
Posto isto, vamos começar por perceber as variáveis a que temos de estar atentos, na escolha de um protetor solar.
1. Identificar o nosso fototipo
O tom da pele e a forma como reage à exposição solar são características fundamentais para a escolha de um protetor solar.
Sabe qual é o seu fototipo? Nós ajudamos:
Fototipo I
Pele: muito clara e com sardas. Fica sempre vermelha quando exposta ao sol.
Olhos: claros (azuis ou verdes)
Cabelo: louro ou ruivo
FPS mínimo recomendado: 50+
Fototipo II
Pele: muito clara, que fica muitas vezes avermelhada quando exposta ao sol.
Olhos: claros
Cabelo: aloirado
FPS mínimo recomendado: 50+
Fototipo III
Pele: clara, que bronzeia, mas com tendência a ter queimaduras solares.
Olhos: castanho
Cabelo: castanho
FPS mínimo recomendado: 30+
Fototipo IV
Pele: morena, que bronzeia. Habitualmente, não sofre queimaduras solares.
Olhos: escuros
Cabelo: escuro
FPS mínimo recomendado: 30+
Fototipo V
Pele: muito morena. Raramente sofre queimaduras solares.
Olhos: escuros
Cabelo: escuro
FPS mínimo recomendado: 30+
Fototipo VI
Pele: muito morena. Raramente sofre queimaduras solares.
Olhos: escuros
Cabelo: escuro
FPS mínimo recomendado: 30+
2. Escolher Fator de Proteção Solar e o tipo de filtros mais adequados à nossa pele
Como já vimos, o fototipo é um indicador do FPS mínimo recomendado para a nossa pele. Contudo, os profissionais de saúde recomendam, como ideal, o FPS 50+ (proteção muito alta), mesmo para peles que já estejam bronzeadas ou que tenham fototipos mais elevados.
Independentemente do fototipo, existem algumas situações (histórico familiar de cancro de pele, exposição solar constante em contexto profissional, presença de melasma ou rosácea, tratamentos estéticos que deixam a pele sensível, como o laser, albinismo), onde o FPS recomendado é sempre o 50+.
No momento da escolha do protetor solar, para além do FPS, devemos estar atentos ao tipo de filtros presentes no produto.
Existem os filtros químicos, como os salicilatos, cinamatos e benzofenonas, que absorvem as radiações UV, convertendo-as em calor.
Os filtros minerais ou físicos, como o dióxido de titânio e óxido de zinco, que protegem a pele dos raios UV, refletindo-os. Estes filtros estão recomendados em casos de alergias, sensibilidade extrema ao sol ou doenças da pele, bem como em crianças menores de 3 anos de idade.
3. Optar pela textura mais adequada
Quando falamos em texturas, já não estamos a falar de eficácia, mas sim de conforto da pele, facilidade de aplicação e, muitas vezes, gosto pessoal.
Assim, convém relembrar:
- Peles muito secas – creme é mais adequado (principalmente, para zona do rosto);
- Peles mistas – loção revela-se a escolha mais acertada, e é mais fácil de espalhar em zonas de grande extensão;
- Peles com tendência acneica – texturas fluídas e não comedogénicas são as mais adequadas:
- Áreas com pelos (couro cabeludo, peito) – gel ou bruma revelam-se as melhores opções e são, regra geral, a preferência dos homens;
- Crianças – spray revela-se um bom aliado na hora de colocar o protetor (mas com atenção redobrada para confirmamos se está a cobrir todas as zonas);
- Lábios e zonas sensíveis (contorno de olhos, cicatrizes) – stick.
Escolhido o protetor solar, convém não esquecer algumas regras importantes:
- O protetor deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar. No caso dos protetores minerais não é obrigatório, podendo ser colocado imediatamente no início da exposição solar.
- Mesmo à sombra ou em dias nublados, deve aplicar sempre protetor solar e reaplicar de 2 e 2 horas.
- Não esquecer zonas habitualmente negligenciadas (couro cabeludo, orelhas, lábios, pescoço, axilas e pés).
- Apesar de alguns produtos apresentarem como característica “Resistente à água”, após uma ida ao banho, deve reaplicar-se sempre o protetor solar.
Agora sim, já estamos prontos para escolher o nosso protetor, preparar os nossos passeios ou férias e desfrutar do bom tempo.
Artigo elaborado pelas Farmacêuticas Ipharma – Dra. Inês Borges e Dra. Patrícia Cardoso