Conselhos para uma alimentação saudável num contexto pandemia
Vários estudos têm vindo a ser feitos para se perceber o impacto da pandemia no que diz respeito à alimentação e ao impacto que o peso na saúde de cada um de nós, mas houve um que particularmente me preocupou. Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, publicado em setembro, conclui que pessoas com obesidade que contraíram o coronavírus têm 113% mais chances de hospitalização do que pessoas de peso controlado, 74% mais possibilidade de ir para a UCI e 48% mais risco de morte. Segundo os médicos, isto acontece porque a obesidade é considerada uma doença crónica, com aumento de inflamação no organismo, favorecendo o enfraquecimento do sistema imunitário e alterando a mecânica respiratória, entre outros mecanismos já citados.
Já em Portugal, num estudo online, realizado durante o mês de abril, pelas Universidades de Évora, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, durante a quarentena revelaram:
- menor consumo de carne e pescado frescos;
- mais enlatados e congelados:
- aumento ligeiro de hortícolas, pão e lacticínios;
- E expressiva procura de bolos e chocolate.
- aumento ligeiro do consumo de pão, lacticínios ovos, hortícolas e frutos fresco e leguminosas;
- Mas uma subida mais expressiva no consumo de bolos, bolachas e chocolates, respetivamente com perto de 30%, nas duas primeiras categorias de alimentos e 22,5% para a terceira.
Além disso, não é de estranhar que trocar o ambiente de trabalho pelo conforto de casa tende a atrapalhar a nossa rotina básica de alimentação, contribuindo para a desconexão com o corpo e, potencialmente, para uma fome emocional.
Episódios de fome emocional podem vir acompanhados de certas características, entre os quais o comer em grandes quantidades e de forma voraz, sendo seguidos por fases de culpa ou remorsos.
- uma proporção elevada de indivíduos reportou comer para proporcionar uma sensação de prazer, satisfação ou recompensa emocional ou porque se sentem tristes ou frustrados, o que pode explicar o aumento no consumo de bolos, bolachas e chocolates.
- Estas alterações e o estar em casa levaram também a aumento de apetite com um aumento da prática de petiscar entre refeições (25%), acompanhado de uma maior sensação de apetite/vontade de comer (30%).
Contudo, nem tudo foi mau e muitos dos inquiridos em situação de confinamento total, saindo apenas de casa para fazer compras ou suporte familiar, revelou também ter dedicado mais tempo na preparação das refeições, cerca de 47% deram essa indicação. Provocando uma diminuição do consumo de refeições pré-preparadas/comidas rápidas. Experimentaram mais pratos novos e novas receitas, assim como uma maior atenção sobre o desperdício e planeamento das compras.
Por isso mesmo, e aproveitando estes (poucos) bons hábitos adquiridos, veja no nosso instagram os conselhos que dou para facilitar esta nova rotina a que todos nós teremos que nos habituar.
Artigo elaborado pela Nutricionista Ipharma
Inês Morais – 2794N