De 1 a 7 agosto, assinala-se a Semana Mundial de Aleitamento Materno, tema muito envolto em mitos, opiniões e até mesmo superstições.
Uma das coisas que todas as grávidas têm em comum é ter ouvido um, ou muitos conselhos e palpites durante a gravidez. Muitos, geralmente, são crenças populares sem nenhum fundamento científico.
Para ajudar as mamãs a esclarecer algumas das dúvidas sobre o assunto, reunimos algumas das dúvidas mais comuns sobre a amamentação.
Amamentar é fácil
Começamos a nossa lista com um grande tabu. Apesar de um processo natural e biológico, amamentar NÃO é uma tarefa fácil! Amamentar é muito mais do que nutrir uma criança. Requer entrega, paciência, dedicação, sensibilidade e, em algumas situações, exigem condições de saúde que permitam a amamentação.
Algumas mulheres produzem leite fraco
Este é um dos mitos mais frequentes! Nenhum leite materno é fraco. O leite é considerado um alimento “vivo”, já que a sua composição se modifica a cada mamada.
A sua consistência é mais “leve” e de digestão mais rápida do que a de leites industrializados e, por isso, existem pessoas que associam a textura mais fina a menores propriedades nutricionais. O leite materno é rico em nutrientes, proteínas e anticorpos que fortalecem a imunidade e são muito importantes para o crescimento da criança.
Cerveja preta aumenta a produção de leite materno
Não existe nenhuma evidência científica que indique que a ingestão de qualquer alimento aumente a produção de leite. A única bebida que ajuda no processo de lactação é a água. As mamãs devem consumir entre 2 e 3 litros de água por dia, para manter a produção do leite e manterem-se bem hidratadas.
O tipo de parto interfere na amamentação
Independente do tipo de parto, toda a mulher pode amamentar, desde que não exista uma contraindicação médica. Nos casos em que o bebé nasce através de uma cesariana, a descida do leite pode demorar um pouco mais em comparação às mamãs que têm o parto normal, devido à demora um pouco maior na ação de algumas hormonas que auxiliam esse processo.
Qualquer mulher que está a amamentar seu bebé pode amamentar também outra criança sem ser seu filho
Cada mamã deve amamentar apenas o seu bebé. A Organização Mundial da Saúde (OMS) contraindica a amamentação cruzada porque essa prática apresenta um risco à saúde do bebé, que pode ser contaminado com alguma doença infecciosa transmitida pelo leite da mulher que amamenta. Consulte sempre seu médico no caso de dúvidas.
Quanto mais o bebé mamar, maior será a produção de leite
Esta é uma afirmação verdadeira. Por isso, recomenda-se que a amamentação ocorra de forma livre, principalmente nos primeiros dias de vida do recém-nascido e durante os seis primeiros meses de idade.
Quando o bebé suga no seio da mamã, esse estímulo envia um alerta para o cérebro, que liberta as hormonas responsáveis pela lactação e condução do leite, aumentando ou mantendo a produção do leite.
O bebé deve mamar a cada três horas
Atualmente, a maioria dos pediatras defende que o bebé deve mamar sempre que manifestar vontade, sem horários definidos e no seu próprio ritmo principalmente nos três primeiros meses de vida. Converse com o pediatra que vai acompanhar o seu bebé e siga as orientações dadas.
A alimentação da mamã pode influenciar nas cólicas do bebé
Existem muitos estudos científicos sobre esta questão, mas nenhum até hoje foi capaz de comprovar a relação da alimentação materna com as cólicas no bebé. O mais importante é que a mamã se alimente de forma saudável e que se mantenha bem hidratada.
Seios pequenos produzem menos leite
O tamanho dos seios não tem nenhuma relação com a capacidade de produção de leite.
Stress e nervosismo podem diminuir a produção de leite
Assim como o cansaço físico e a privação do sono, situações de stress e grande nervosismo podem prejudicar a produção do leite materno. As mamãs precisam de um ambiente calmo, muito carinho e descansar sempre que possível para amamentarem os seus bebés com tranquilidade e paz.
A amamentação funciona como um anticontraceptivo
Durante a amamentação, a produção de prolactina, hormona que inibe a ovulação, regista um aumento. Porém, este facto não é garantia de não engravidar, porque estes níveis não são estáveis e podem variar de uma mulher para outra.
Artigo escrito pela Equipa Mamãs Sem Dúvidas, com base nas Recomendações da OMS sobre cuidados pré-natais para uma experiência positiva na gravidez